Observatório do Clima defende renovação de fontes de energia




O exemplo do governo da Noruega, que anunciou a retirada de investimentos das empresas que têm parte de seus ativos na exploração e queima de carvão, deveria ser seguido pelo Brasil, com maiores recursos para as fontes renováveis. A opinião é do secretário executivo do Observatório do clima, Carlos Ritti. Com a decisão do Parlamento Norueguês, o Fundo de Pensão Governamental Mundial, considerado o maior fundo soberano do mundo, deverá retirar investimentos de 122 empresas, no total de 7,7 bilhões de euros.

“Ele manda uma mensagem clara para o mercado e para os investidores: a tendência é buscar alternativas aos combustíveis fósseis”, disse Ritti. Para ele, as políticas brasileiras de expansão da geração de energia deveriam considerar as mudanças climáticas e os riscos dos investimentos na hora de usar recursos. O secretário destacou que hoje, o Brasil projeta colocar 70 por cento dos investimentos em energia, em combustíveis fósseis, nos próximos dez anos. Esses recursos vão gerar impactos no clima e podem se transformar em investimentos de alto risco.

Embora o Plano Decenal para a Expansão de Energia, da Empresa de Pesquisa Energética, preveja aumento dos investimentos em fontes limpas, esses investimentos ainda são reduzidos,  perto de que se tem de potencial, em especial de algumas fontes, afirmou Ritti. É o caso,por exemplo, da energia eólica (dos eventos) que, segundo ele, o Brasil estará, nos próximos anos, aproveitando menos de 10 por cento do potencial. Ou da energia solar, em que o Brasil ainda engatinha, enquanto outros países desenvolvidos e em desenvolvimento estão caminhando muito rápido. Carlos Ritti, observou que o Brasil está deixando de lado o aproveitamento de algumas fontes, que poderiam ser mais bem explorados. E citou que a energia solar é a fonte cujos custos mais caem no mundo. Por isso, sugeriu que o Brasil tenha mais estratégias para investir nessas fontes renováveis.

Ele disse ainda que as mudanças climáticas devem ser incorporadas em todo o planejamento energético, englobando as emissões que os combustíveis fósseis irão gerar.

Segundo Ritti, mesmo com a exportação de parte importante do petróleo do pré-sal, a exploração desse óleo vai gerar emissões dentro do Brasil, o que acaba tornando de risco tais investimentos.

Na opinião do coordenador do grupo de Estudo do Setor Energético, da Universidade do Rio de Janeiro, Nivalde de Castro, o exemplo norueguês indicado por Ritti não se mostra muito consistente em função das diferenças entre o Brasil e a Noruega. A evolução da matriz elétrica brasileira vai necessitar, obrigatoriamente, de usinas termo elétricas, para  garantir a segurança energética pois o  Brasil não tem mais capacidade de segurança por meio dos reservatórios, porque eles não crescem mais em relação à demanda e todas as outras fontes são ininterruptíveis, manifestou Nivalde de Castro.

Por Edson Ribeiro
Fonte: Escola Aberta do Terceiro Setor

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